Google

terça-feira, 12 de junho de 2007

ZOOTECNIA!!! QUE BICHO É ESSE???

A zootecnia é a ciência aplicada que trata da adaptação dos animais domésticos ao ambiente criatório e deste aos animais com fins econômicos. É também a arte de criar animais. Como ciência deriva diretamente da biologia como uma zoologia aplicada, pois ao conhecimento biológico do animal se aplicam os princípios da economia. Pode-se definir zootecnia como produção animal e seu objetivo como "produzir o máximo, no menor tempo possível, sempre visando lucro".

História

A primeira referência ao termo aparece em 1843 no Cours d'Agriculture de Adrien Étienne Pierre, o Conde de Gasparin, que o fez derivar dos radicais gregos ζωον, zoon (animal) e τέχνη, techne (tratado sobre uma arte). O Conde foi o primeiro a reconhecer na arte de criar animais um objeto próprio da ciência e independente da agricultura, criando para ela uma cátedra desde a fundação do Instituto Agronômico de Versalhes em 1848. Já em 1849 o naturalista (biólogo) Emile Baudement ocupou a nova cátedra e começou a formular o corpo de doutrinas com base científica e a ensinar a Zootecnia.


No Brasil a zootecnia foi ensinada como disciplina especial nos cursos de agronomia até 1966 quando foi criado, na PUC de Uruguaiana, RS, o primeiro curso de graduação em Zootecnia. A profissão foi regulamentada em 4 de dezembro de 1968 pela lei federal nº 5.550. Quem se forma no curso de zootecnia recebe o título acadêmico-profissional de zootecnista. Segundo esta lei, podem exercer a Zootecnia, também, o graduado em Medicina Veterinária e o graduado em Agronomia, conforme trasncrito a seguir:


"Art. 2º Só é permitido o exercício da profissão de zootecnista:

a) ao portador de diploma expedido por escola de zootecnista oficial ou reconhecida e registrado na Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura; b) ao profissional diplomado no estrangeiro, que haja revalidado e registrado seu diploma no Brasil, na forma da legislação em vigor; c) ao agrônomo e ao veterinário diplomados na forma da lei. "
Divisões

A zootecnia tem dois grandes corpos de conhecimento, um fundamentador, a zootecnia geral, que reúne teorias e princípios aplicados a todos os animais domésticos englobando disciplinas como anatomia, fisiologia, genética, climatologia, higiene e profilaxia e etologia. O outro grande corpo de conhecimento, a zootecnia específica, estuda a criação isolada de cada uma dos animais domésticos: bovinocultura, avicultura, suinocultura, ovinocultura, eqüinocultura, caprinocultura, apicultura, piscicultura, sericicultura e cunicultura .


Alessandro Pereira Miguel

Zootecnista

Retirado de Wikipédia

sábado, 9 de junho de 2007

MANEJO PRÉ-ABATE DE SUÍNOS

O manejo pré-abate de suínos consiste nas seguintes ações: o embarque dos suínos na granja, o tempo de transporte, a mistura de grupos sociais, a espera no abatedouro e a condução para o abate. Se essas ações não forem conduzidas de forma adequada, podem acabar provocando uma perda de qualidade na carne suína. Isto ocorre devido ao aparecimento de hematomas e escoriações na carcaça e de anomalias como carne pálida, flácida e exsudativa ou de carne escura, firme e ressecada. Essas alterações na carne são provocadas pelo estresse do animal durante a ocasião do transporte dos animais e que acabam por resultar em prejuízos aos produtores, à indústria e aos consumidores.


O estresse dos animais durante o transporte ocorre em vários níveis:

· Motor - os suínos, com o veículo em movimento, tentam manter o seu equilíbrio ou brigam com os outros animais para tentar se livrar daqueles que se deitam por cima.

· Emocional - medo de situações desconhecidas, quando os animais são conduzidos para fora da granja que é o seu ambiente natural.

· Térmico - ocasionado pelo frio ou calor. Ocorre quando se tem uma grande quantidade de suínos no caminhão e uma má ventilação, fazendo com que os animais não consigam liberar o calor corporal para o ambiente.

· Mecânico - provocado por condições inadequadas de embarque, desembarque e transporte, e também pelos maus tratos da mãe de obra envolvida no manejo dos animais (empurrões, pancadas, quedas e pisoteamento).

· Alimentar – causado pela falta de água antes e após o transporte (sede) ou ocasionado quando os animais são transportados logo após receberem a ração. Devido à digestão pode vomitar ao longo transporte da granja ao frigorífico. Recomenda-se também que não mantenha períodos de jejum pré-abate muito longos para que os animais não passem fome.


Após considerar o estresse a que os animais são submetidos, e afim de evitar perdas econômicas consideráveis por um manejo pré-abate mal conduzido, há algumas providências que podem ser tomadas:

· Jejum pré-abate mínimo de 12 horas, sem exceder 24 horas sem água e comida.

· Seleção de animais do mesmo grupo para o transporte.

· Rampa de embarque e desembarque devem ter no máximo 20% de inclinação, além de piso antiderrapante e largura adequada à travessia dos suínos.

· Acesso fácil e adequado entre a unidade de engorda, a rampa e o caminhão.

· Evitar manejo violento (chutes e tapas).

· Não utilizar choque elétrico, pois é doloroso para o animal.

· Caminhões com carrocerias adequadas ao transporte de suínos.

· Densidade de transporte inferior à 235kg de suíno vivo por metro quadrado.

· Realizar transporte nas horas mais frescas do dia, de preferência durante a noite até o início da manhã.

· Evitar vento frio direto nos animais durante o transporte, principalmente no inverno.



Alessandro Pereira Miguel
Zootecnista
Adaptado de MANUAL DE PROCEDIMENTOS SANITÁRIOS PARA SUINOCULTURA

TRATAMENTO FITOSSANITÁRIO QUARENTENÁRIO EM MADEIRA DE EXPORTAÇÃO

As embalagens de madeira ocupam hoje caráter essencial para o comércio mundial de mercadorias, assim como na movimentação e proteção destas. Estas embalagens de madeira podem acompanhar os mais diversos tipos de mercadorias (motores, rodas, produtos químicos, produtos alimentícios, etc), e podem ser apresentadas de várias maneiras, como por exemplo, pallets, caixas, engradados, calços, estojos, entre outros.


Órgãos nacionais de defesa fitossanitária de diversos países determinaram uma ampla variedade de pragas que podem ser transportadas junto com as embalagens de madeira, e, em muitas circunstâncias, estas pragas podem chegar ao destino final ainda viva. Por esse motivo, vários países estão adotando procedimentos que garantam a segurança do patrimônio florestal e agrícola do país, criando barreiras fitossanitárias para a entrada de qualquer tipo de embalagem de madeira.


A adoção de barreiras fitossanitárias está se repercutindo no mundo todo, principalmente devido à introdução de uma severa praga quarentenária, conhecida como Besouro-Asiático, ou Besouro chinês (Anaplophora glabripennis), que causou grandes prejuízos nos EUA e América do Norte, e seu controle ainda exige elevados custos para estes países.


Em março de 2002, o Comitê da FAO destinado ao controle de proteção fitossanitária, o International Plant Protection Convention (IPPC) adotou um padrão para importações de embalagens de madeira, através de uma Norma Internacional, a ISPM n° 15 (International Standards for Phitosanitary Measures), traduzido no Brasil, como NIMF n° 15 – Norma Internacional de Medidas Fitossanitárias n° 15. Desenvolvida pela FAO (Food And Agriculture Oraganization), órgão da ONU voltado para as questões relativas à alimentação e agricultura no mundo. Este padrão reconhece os riscos sanitários associados às embalagens de madeira bruta e delineia as medidas de tratamentos fitossanitários aprovadas.


A comunidade internacional dos países signatários da OMC (Organização Mundial do Comércio) determinou que todas as embalagens de madeira utilizadas no comércio internacional devem sofrer algum tipo de tratamento fitossanitário, preconizado pela NIMF n° 15, em caráter preventivo, evitando deste modo à disseminação de pragas florestais quarentenárias.


Para facilitar a inspeção e constatação dos procedimentos utilizados na comercialização internacional, as embalagens de madeira tratadas devem ser marcadas de acordo com os critérios adotados pela NIMF n° 15, de modo que haja identificação da realização do tratamento fitossanitário recomendado, assim como a rastreabilidade do país onde foi tratada esta embalagem de madeira, e por qual empresa registrada à Organização Nacional de Proteção Fitossanitária deste país foi realizado o tratamento.


A NIMF N°15.


A programação estabelecida pelos países signatários do “Acordo Sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias”, determinou como sendo o ano de 2005, o referencial para a entrada em vigência das medidas por parte dos países-membros, o que motivou o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) a publicar a Instrução Normativa nº04, em 2004.


A Instrução Normativa nº04, de caráter emergencial, estabelece os procedimentos que devem ser implementados nos trabalhos de inspeção e fiscalização fitossanitária nos pontos de ingresso, para embalagem, suporte, e material de acomodação, fabricados em madeira.


Em outras palavras, ela internalizou a NIMF N°15 no Brasil.


A norma estabelece que o tratamento fitossanitário pode ser por dois métodos: Térmico (HT – Heat treatment), ou Fumigação (MB – Methil Bromide).


A Instrução Normativa nº04 também estabelece a obrigatoriedade do credenciamento e habilitação das empresas prestadoras de serviços de tratamento fitossanitário e quarentenário junto ao MAPA. As empresas credenciadas para operarem no território nacional devem atender o disposto na Instrução Normativa nº12, de 07/03/2003.


As empresas exportadoras do Brasil deverão adequar os seus procedimentos, visando atender às novas exigências do comércio internacional, que incluem a realização do tratamento tipo HT ou MB, e a identificação com a marca de certificação fixada no material pela empresa credenciada pelo MAPA e definida pelo interessado.


Estão isentas das exigências de certificação nas importações e exportações as embalagens, suportes e materiais de acomodação que não são de madeira ou quando madeira industrializada ou processada, a exemplo de compensados, aglomerados e outras peças de madeira que no processo de fabricação tenham sido submetidas ao calor, colagem e pressão.


Recentemente a IN n° 04 foi revogada pela IN n° 66, que, como principal mudança, trouxe o fim do caráter provisório da legislação, e introduziu a necessidade de uma Unidade Rastreável em todas as peças de madeira que entram e/ou deixam o país.


A adoção da NIMF


N°15 também tem grande importância na proteção do patrimônio florestal e agrícola do país, pois, com a introdução de uma praga exótica, que não tem inimigos naturais, e que encontra abundância de alimentos, assim como condições climáticas adequadas ao seu desenvolvimento, pode ocasionar o descontrole desta, e sua disseminação pode colocar em risco todo o sistema florestal e agrícola brasileiro. A proteção da fauna local também é assegurada por esses procedimentos, uma vez que pragas exóticas podem concorrer com pragas nativas por alimentos, e/ou hospedeiro, além do potencial de tornar-se parasitas de animais, e disseminadores de doenças.


Outra característica econômica importante para o país é o fato de que, à partir do momento em que o país preconiza a NIMF N°15, e exige o tratamento fitossanitário para todo o tipo de madeira que entre por meio de importação no país, pelo sistema de trocas, o país fica obrigado a realizar este mesmo tipo de tratamento para qualquer exportação de madeira para países parceiros que também preconize a NIMF N°15. Deste modo, o país não sofre nenhum tipo de barreira fitossanitária, e conseqüentemente o risco de perder algum contato no exterior, e também demonstra flexibilidade em adequar-se a novas legislações internacionais, e a preocupação com o pioneirismo em qualquer ação que traga benefícios conjuntos.


MÉTODOS DE TRATAMENTOS UTILIZADOS.


Atualmente, são utilizados dois métodos de tratamento fitossanitário quarentenário no Brasil. A fumigação com Brometo de Metila, e o tratamento por Ar Quente Forçado (AQF).


No tratamento por AQF, também denominado HT (Heat treatement), as embalagens de madeira devem ser aquecidas a uma temperatura mínima de 56°C no cerne da madeira, por no mínimo trinta minutos.


O outro tratamento fitossanitário quarentenário utilizando é a fumigação com Brometo de Metila, e deve ser realizado em temperatura mínima de 10°C, pois, em temperatura inferiores, o Brometo de Metila que é um gás liquefeito, não consegue se expandir e preencher todo o interior da câmara de tratamento, e portanto, este tipo de tratamento passa a ser ineficiente.


O período mínimo de exposição da carga ao gás é de vinte e quatro horas.


O tratamento com Brometo de Metila apresenta como vantagens ser móvel; e adapta-se com facilidade a diferentes dimensões de materiais; enquanto o tratamento térmico apresenta a grande vantagem de ser ecologicamente correto.


Ambos tratamentos são sintomáticos, não oferecendo qualquer tipo de efeito residual, e são igualmente eficientes e reconhecidos.


Estes tipos de tratamentos devem ser realizados por empresas prestadoras de serviço de tratamento fitossanitário quarentenário, devidamente registrada e habilitada pelo MAPA.




Ricardo Luiz Brugliato
Engenheiro Agrônomo

quinta-feira, 7 de junho de 2007

VERMINOSE NA OVINOCULTURA

A helmintose, também conhecida por verminose, é uma doença causada por helmintos ou vermes (principais Haemonchus contortus e Trichostrongylus colubriformis) que se alojam no trato digestivo dos animais, podendo atacar todo rebanho. Quando estes acometem os ovinos os animais tornam-se fracos, magros, apresentam diarréia, edema submandibular (papada) e anemia.

Alguns fatores como a idade (animais jovens) e estado fisiológico (ovelha no período pré-parto e durante a lactação) interferem na imunidade dos animais fazendo com que fiquem mais susceptíveis à doença, e seus principais prejuízos são: diminuição do índice de parições; diminuição do crescimento dos animais; diminuição da produção de leite e aumento do número de mortes no rebanho.

Nos dias atuais a verminose tornou-se um dos principais problemas sanitários dos ovinos, devido ao fato que os parasitas que acometem ovinos adquirem resistência muito rapidamente aos vermífugos desenvolvidos para controlá-los. Por este motivo, o conceito de controle da verminose baseia-se na utilização dos vermífugos somente quando for estritamente necessário, e com eficácia comprovada através de exame de fezes (OPG).

Para testar a eficácia do vermífugo, utiliza-se o teste de redução do OPG. Para realização do exame deve-se coletar as fezes diretamente do reto do animal, no dia em que se vai administrar o vermífugo, e repetir a coleta entre 07 a 14 dias após a vermifugação. As fezes deverão ser encaminhadas à um laboratório, onde um zootecnista ou médico veterinário, após realizar o exame de fezes, indicará a eficiência do vermífugo administrado. O produto estará sendo eficaz quando o resultado for acima de 90%, abaixo disso, pode estar havendo resistência dos vermes ao produto utilizado. Recomenda-se também a troca de produto a cada ano, após comprovada ineficácia do produto.

Para se constatar a necessidade de administração de vermífugo no rebanho, deve-se monitorar a infecção por helmintos gastrintestinais por exame clínico associado à realização do exame de fezes (OPG) a cada 15-30 dias em amostragem de 10 a 25% do número total de animais do rebanho, ou em alguns casos, quando se tratarem de poucos animais na propriedade, a monitoração é feita individualmente. A administração de vermífugo deve ser realizada e baseada no resultado do exame de fezes, caso seja detectado aumento na média do OPG e haja sintomas clínicos evidentes de infecção, e com utilização de produto com eficácia comprovada.

A administração de vermífugos deve ser realizada de maneira correta. Sendo assim, deve-se ter como base um animal que represente o peso médio do lote. Também deve-se verificar as pistolas e seringas automáticas em bom estado de funcionamento e se estão calibradas para a dosagem correta. No caso de administração de vermífugo via oral, deve-se certificar que o animal esteja engolindo todo o produto administrado, e se possível, realizar a aplicação após jejum de 12 horas.

Vermífugos à base de albendazole não deve ser administrado às fêmeas no início da gestação, pois há perigo de haver reabsorção fetal, e vermífugos à base de organofosforados e closantel não devem ser administrados às fêmeas no terço final da gestação, pois podem provocar aborto fetal.

No ato da compra do vermífugo deve-se verificar a validade do produto. Já no ato da administração do vermífugo deve-se verificar a quantidade de dias que deve-se esperar para a utilização do leite e carne dos animais vermifugados (prazo de carência), verificar se o produto é indicado para o rebanho ovino e verificar a dosagem de administração para cada animal.

Estratégias para vermifugação
Matrizes:
· Terço final da lactação (principalmente raças lanadas)
· Logo após o parto (todas as raças)
· Desmame (no caso de mãe e cria criados à pasto, vermifugar ambos)
Cordeiros:
· Confinados do desmame ao abate – vermifugar ao desmame
· Confinados do nascimento ao abate – não vermifugar
Recria:
· Fêmeas e reprodutores confinados desde o nascimento – vermifugar somente mediante resultado de OPG


Alessandro Pereira Miguel
Zootecnista