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quinta-feira, 7 de junho de 2007

VERMINOSE NA OVINOCULTURA

A helmintose, também conhecida por verminose, é uma doença causada por helmintos ou vermes (principais Haemonchus contortus e Trichostrongylus colubriformis) que se alojam no trato digestivo dos animais, podendo atacar todo rebanho. Quando estes acometem os ovinos os animais tornam-se fracos, magros, apresentam diarréia, edema submandibular (papada) e anemia.

Alguns fatores como a idade (animais jovens) e estado fisiológico (ovelha no período pré-parto e durante a lactação) interferem na imunidade dos animais fazendo com que fiquem mais susceptíveis à doença, e seus principais prejuízos são: diminuição do índice de parições; diminuição do crescimento dos animais; diminuição da produção de leite e aumento do número de mortes no rebanho.

Nos dias atuais a verminose tornou-se um dos principais problemas sanitários dos ovinos, devido ao fato que os parasitas que acometem ovinos adquirem resistência muito rapidamente aos vermífugos desenvolvidos para controlá-los. Por este motivo, o conceito de controle da verminose baseia-se na utilização dos vermífugos somente quando for estritamente necessário, e com eficácia comprovada através de exame de fezes (OPG).

Para testar a eficácia do vermífugo, utiliza-se o teste de redução do OPG. Para realização do exame deve-se coletar as fezes diretamente do reto do animal, no dia em que se vai administrar o vermífugo, e repetir a coleta entre 07 a 14 dias após a vermifugação. As fezes deverão ser encaminhadas à um laboratório, onde um zootecnista ou médico veterinário, após realizar o exame de fezes, indicará a eficiência do vermífugo administrado. O produto estará sendo eficaz quando o resultado for acima de 90%, abaixo disso, pode estar havendo resistência dos vermes ao produto utilizado. Recomenda-se também a troca de produto a cada ano, após comprovada ineficácia do produto.

Para se constatar a necessidade de administração de vermífugo no rebanho, deve-se monitorar a infecção por helmintos gastrintestinais por exame clínico associado à realização do exame de fezes (OPG) a cada 15-30 dias em amostragem de 10 a 25% do número total de animais do rebanho, ou em alguns casos, quando se tratarem de poucos animais na propriedade, a monitoração é feita individualmente. A administração de vermífugo deve ser realizada e baseada no resultado do exame de fezes, caso seja detectado aumento na média do OPG e haja sintomas clínicos evidentes de infecção, e com utilização de produto com eficácia comprovada.

A administração de vermífugos deve ser realizada de maneira correta. Sendo assim, deve-se ter como base um animal que represente o peso médio do lote. Também deve-se verificar as pistolas e seringas automáticas em bom estado de funcionamento e se estão calibradas para a dosagem correta. No caso de administração de vermífugo via oral, deve-se certificar que o animal esteja engolindo todo o produto administrado, e se possível, realizar a aplicação após jejum de 12 horas.

Vermífugos à base de albendazole não deve ser administrado às fêmeas no início da gestação, pois há perigo de haver reabsorção fetal, e vermífugos à base de organofosforados e closantel não devem ser administrados às fêmeas no terço final da gestação, pois podem provocar aborto fetal.

No ato da compra do vermífugo deve-se verificar a validade do produto. Já no ato da administração do vermífugo deve-se verificar a quantidade de dias que deve-se esperar para a utilização do leite e carne dos animais vermifugados (prazo de carência), verificar se o produto é indicado para o rebanho ovino e verificar a dosagem de administração para cada animal.

Estratégias para vermifugação
Matrizes:
· Terço final da lactação (principalmente raças lanadas)
· Logo após o parto (todas as raças)
· Desmame (no caso de mãe e cria criados à pasto, vermifugar ambos)
Cordeiros:
· Confinados do desmame ao abate – vermifugar ao desmame
· Confinados do nascimento ao abate – não vermifugar
Recria:
· Fêmeas e reprodutores confinados desde o nascimento – vermifugar somente mediante resultado de OPG


Alessandro Pereira Miguel
Zootecnista

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