O manejo pré-abate de suínos consiste nas seguintes ações: o embarque dos suínos na granja, o tempo de transporte, a mistura de grupos sociais, a espera no abatedouro e a condução para o abate. Se essas ações não forem conduzidas de forma adequada, podem acabar provocando uma perda de qualidade na carne suína. Isto ocorre devido ao aparecimento de hematomas e escoriações na carcaça e de anomalias como carne pálida, flácida e exsudativa ou de carne escura, firme e ressecada. Essas alterações na carne são provocadas pelo estresse do animal durante a ocasião do transporte dos animais e que acabam por resultar em prejuízos aos produtores, à indústria e aos consumidores.
O estresse dos animais durante o transporte ocorre em vários níveis:
· Motor - os suínos, com o veículo em movimento, tentam manter o seu equilíbrio ou brigam com os outros animais para tentar se livrar daqueles que se deitam por cima.
· Emocional - medo de situações desconhecidas, quando os animais são conduzidos para fora da granja que é o seu ambiente natural.
· Térmico - ocasionado pelo frio ou calor. Ocorre quando se tem uma grande quantidade de suínos no caminhão e uma má ventilação, fazendo com que os animais não consigam liberar o calor corporal para o ambiente.
· Mecânico - provocado por condições inadequadas de embarque, desembarque e transporte, e também pelos maus tratos da mãe de obra envolvida no manejo dos animais (empurrões, pancadas, quedas e pisoteamento).
· Alimentar – causado pela falta de água antes e após o transporte (sede) ou ocasionado quando os animais são transportados logo após receberem a ração. Devido à digestão pode vomitar ao longo transporte da granja ao frigorífico. Recomenda-se também que não mantenha períodos de jejum pré-abate muito longos para que os animais não passem fome.
Após considerar o estresse a que os animais são submetidos, e afim de evitar perdas econômicas consideráveis por um manejo pré-abate mal conduzido, há algumas providências que podem ser tomadas:
· Jejum pré-abate mínimo de 12 horas, sem exceder 24 horas sem água e comida.
· Seleção de animais do mesmo grupo para o transporte.
· Rampa de embarque e desembarque devem ter no máximo 20% de inclinação, além de piso antiderrapante e largura adequada à travessia dos suínos.
· Acesso fácil e adequado entre a unidade de engorda, a rampa e o caminhão.
· Evitar manejo violento (chutes e tapas).
· Não utilizar choque elétrico, pois é doloroso para o animal.
· Caminhões com carrocerias adequadas ao transporte de suínos.
· Densidade de transporte inferior à 235kg de suíno vivo por metro quadrado.
· Realizar transporte nas horas mais frescas do dia, de preferência durante a noite até o início da manhã.
· Evitar vento frio direto nos animais durante o transporte, principalmente no inverno.
Alessandro Pereira Miguel
Zootecnista
Adaptado de MANUAL DE PROCEDIMENTOS SANITÁRIOS PARA SUINOCULTURA
4 comentários:
muito bom
estou cursando tecnico em agropecuaria.
gostei muito das informações!
Muito bacana, estou fazendo curso de Processamento de carnes e derivados e foi de grand auxilio para mim as informações contidas nesse site!
Abraços
estou cursando tecnico em agropecuaria e as informaçoes sao bem amplas sem duvidas.....
muito bom
muito bom estou fazendo um curso de tecnico em agropuário estou estudando suinocultura é achei este site muito bacana. muito obrigado!
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